TE CONHECENDO- com Pati Lourenço

Bom dia gente,tudo bem com vocês?
O TE CONHECENDO de hoje é com a Pati,quem não conhece né,rs...uma fofa,que aceitou participar aqui do blog,contando um pouquinho da sua trajetória.
Quero deixar meu beijo especial pra você Pati que faz um trabalho encantador,suas peças são fofissimas,desejo muito mais sucesso e que continue sendo essa pessoa humilde e carinhosa.
Então vamos ao que interessa...Vale a pena conferir

Patrícia Lourenço, casada, mãe de 3 filhos lindos, moro em BH.

Bom, o biscuit é hoje o meu trabalho, minha única fonte de renda e vou contar um pouquinho da minha trajetória até chegar aqui.

Sou formada em Publicidade e Propaganda pela PUC Minas mas sempre fiz trabalhos artesanais.

Certa vez, eu trabalhava no Laboratório de Computação da PUC e estava bordando na época... um colega chegou e falou: ”ah não Pati! Mulher moderna não borda... mulher moderna manda bordar!” heheheh eu me acabei de rir e disse que ele estava enganada e q mulheres modernas bordam e pintam rsrsrsrs

Conheci o biscuit assim q formamos, em 2000. Uma amiga minha de faculdade havia se mudado pra São Paulo e me ligou falando que havia descoberto uma massinha que eu ia amar e me ensinou a fazer o biscuit por telefone mesmo!  Devo à Liliane esse empurrão =). Na época, eu estava desempregada e  com um filho pequeno, quase que impossibilitada de sair de casa.

Nessa época, não vi o biscuit como fonte de renda, mas como um hobby que me fazia bem, ou não rsrsrs a massa que eu fazia ficava muito dura e sentia muita dor nos pulsos.

Foi quando conheci meu marido que contou que a mãe dele fazia flores de biscuit (coisa que eu odiava). Quando conheci as flores dela, me encantei na mesma hora... e não tinha jeito de não me encantar mesmo... nunca vi até hoje flores tão perfeitas.

Ela me ensinou a fazer uma massa perfeita, com uma textura que eu não imaginava para essa massa e daí, me empolguei com relação a poder fazer e comercializar as peças...

Nesse meio tempo, tivemos 2 filhos, completando 3, com o que eu já tinha. E no vaivém de babás, e faxineiras em casa, que nunca se adaptavam ao meu trabalho fora, resolvemos que seria melhor eu ficar em casa pra cuidar dos meninos.

Mas como sobreviver hoje em dia, com 3 crianças e um só salário? Fizemos um esforço e compramos um computador e uma câmera. Fazia algumas peças e postava, sem muita confiança... mas daí começaram a surgir as encomendas. Pasme, mas não me lembro da primeira encomenda que peguei pela internet... só sei que tive medo, muito medo de decepcionar quem estava ali, do outro lado da tela. Mas depois da primeira vieram mais e mais.

Pelo pouco tempo, trabalho somente sob encomenda. Nunca tenho tempo para fazer peças para mostruário. Nunca tenho tempo sobrando pra fazer algo “além” rsrsrs

Hoje em dia, compro a massa pronta, mesmo porque as massas que existem no mercado são de ótima qualidade e é muito mais vantajoso financeiramente falando. Foi-se o tempo em que fazer massa era lucro.

Faço qualquer tipo de peça. De lembrancinhas, a bolos falsos. Só nego uma encomenda por  falta de tempo ou se não for na minha linha de trabalho (estilo os bonequinhos que eu faço). Não aceito também fazer cópias idênticas de peças de outros artesãos. Também não escolho meu público. Vendo para quem quer comprar, o preço é o mesmo para a classe A ou classe E.

Quanto às ferramentas que uso, isso é muito complicado rsrsrsr Uso o que estiver à mão, estecas, cabos de pincéis, agulhas etc. Não tenho muita frescura pra isso.

Fiz poucos cursos... o pesado aprendi com muita pesquisa na internet.

Já dei aulas também, mas é muito desgastante e não muito rentável.

Já fiz apostilas, mas parei. As pessoas simplesmente repassam entre elas sem respeito algum com o tempo que demandamos para produzir as mesmas.

Hoje tenho um ateliê montado no antigo quarto da minha filha. Nele tenho uma mesa grande, uma prateleira cheia de material e o PC que fica ligado o dia todo. Não tenho uma ordem... normalmente levanto cedo, respondo alguns emails e à medida que o restante da casa vai acordando, vou revezando entre o PC, a mesa de trabalho, os afazeres domésticos, filhos, marido etc... Não... não tenho quem me ajude nem em casa, nem com o trabalho... injustiças à parte, o marido até que me dá uma forcinha tingindo massa pra mim e dando acabamento nas bases dos meus trabalhos rsrsrsr Quando pode, também compra material pra mim.

Sou totalmente desorganizada com o meu material de trabalho hahahahahaha, pior que eu, não existe! Mas tenho ordem com os meus pedidos. Todos organizados em uma agenda e várias e várias pastas no PC e no notebook.

A peça que mais fiz, é difícil precisar viu...  foram os 7 anões e a Branca de Neve e agora, o Pequeno Príncipe... sucesso total! =)

Não tenho uma encomenda preferida... tenho várias  que vou terminando e me dá aquele apertinho no coração de enviar rsrsrs um exemplo são as da série de Thalias que fiz para um cliente fã dela (Sanzytho).
Quanto ao artesão que mais admiro na área, tem várias, mas duas preferidas, vale? Hahahaha  São a Patricia Tiyemi e Vânia Luzz... são perfeitas no que fazem!!!

Com certeza já fiz várias peças que detestei o resultado... coisas de cozinha por exemplo, eu dificilmente gosto!!!

Com relação à mídia, já fiz algumas revistas e apareci no programa Hoje em Dia, falando sobre noivinhos.

Tenho parceria com a Condor. Uma parceria com uma empresa de massa de biscuit seria ótimo, né? XD

Trabalho com a massa que estiver disponível.

Acho que o trabalho artesanal pode ser muito gratificante, uma vez que com ele eu posso estar em casa e acompanhar de perto o crescimento dos meus filhos. Mas também pode ser desgastante quando ele começar a invadir o seu espaço familiar. A pessoa que se predispõe a isso, tem que ter consciência que é um trabalho como outro qualquer e que os descansos são fundamentais pra qualquer ser!!!

Uma dica importante é a paciência... muitas pessoas me procuram querendo saber como fazer pra vender... faço biscuit há 11 anos e somente há 4 ou 5, vivo dele... as coisas não nascem simplesmente do nada. É plantando uma sementinha aqui, hoje, que podemos colher os frutos amanhã.

Pesquisar muito, estudar novos materiais... é assim que se constrói um bom profissional!

Beijos, Van!

Pati